domingo, 15 de abril de 2012

Instalando Android 2.3.7 no LG GT540 usando Ubuntu

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Como disse antes, eu estava tentando atualizar meu celular. Depois de algum tempo pesquisando, encontrei uma maneira de instalar uma ROM personalizada usando (quase exclusivamente) Ubuntu. No meu caso, instalei o Android 2.3.7 (Gingerbread), a partir de uma ROM conhecida como SwiftDroid 2.0, que é baseada no CyanogenMod 7.

Meu celular veio com Android 2.1, sem fastboot [1], por isso o processo foi feito em duas etapas: instalação de uma ROM com fastboot e a instalação do SwiftDroid. A primeira parte, não consegui fazer diretamente do Ubuntu, a segunda pode ser feita em Ubuntu sem problema algum. Se você já conseguir ativar o modo fastboot diretamente, pode seguir diretamente para a instalação da ROM Gingerbread.

Instalando uma ROM com fastboot: fiz esta etapa usando Windows. Li relatos de pessoas que teriam feito esta etapa usando Windows no Virtualbox, mas comigo não deu certo; por isso usei o Windows 7 para esta primeira parte. Eis os passos:

  1. Baixar e instalar drivers do celular, e o software de instalação de ROMs da LG o KDZ Updater. O pacote do KDZ contém o arquivo msxml.msi, necessário para rodar o KDZ Updater. Os drivers não são necessários se você já tiver instalado no LG PX Suite.
  2. Baixar a ROM com fastboot, versão Android 2.1.
  3. Rodar KDZ Updater, usando os parâmetros: type = 3GQCT, mode = DIAG, ROM = Android_2.1_Fastboot.kdz (arquivo que acabamos de baixar).

Agora é só clicar em "Launch software update" e esperar (não desligue o telefone).

Instalando ROM Android 2.3.7 (Gingerbread): uma vez que você tenha uma ROM com fastboot no telefone, é possível usar o Ubuntu para instalar uma nova versão de Android a qualquer momento, basta ter os arquivos certos. Os arquivos são: imagens do SwiftDroid 2.0 e os executáveis do ADB e fastboot. Conecte o telefone com Debug USB ativado e digite o seguinte na linha de comando (descompacte os arquivos na mesma pasta):

./adb reboot bootloader

E espere o telefone reiniciar em modo fastboot. Se tudo estiver certo, o telefone apresentará o logo da LG e, depois, uma tela preta, apenas com o backlight ligado. Na sequência:

sudo -s
./fastboot -w #apaga dados de usuário! faça ***BACKUP***
./fastboot flash boot boot.img
./fastboot flash system system.img
./fastboot flash recovery recovery.img
./fastboot reboot

O fastboot vai instalar os arquivos na partição de boot, depois na de sistema e, finalmente, na de recuperação. O processo todo demora em torno de 8 minutos. Vale lembrar que é bom fazer backup, já que configurações e aplicativos serão apagados.

Nota: fiz este procedimento usando Ubuntu 11.10. Além disso, eu já tinha o SDK Android instalado, pode ser necessário para você também.

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[1] - o fastboot funciona como um bootloader, ao iniciar o celular em modo fastboot, é possível descarregar uma nova versão do sistema operacional. Tal qual outros sistemas baseados em GNU/Linux, Android tem partições de boot e sistema, e o fastboot permite descarregar uma imagem nestas partições.

Atualização: corrigi os links como a Inês Adornes relatou nos comentários.

Referências:
http://ericcarneiro.wordpress.com/2012/01/09/overclock-no-lg-gt540/
http://forum.xda-developers.com/showthread.php?t=927379
http://android.stackexchange.com/questions/17499/install-custom-rom-from-linux-on-a-lg-gt540/21263#21263

sábado, 7 de abril de 2012

Acesso root no Android usando Ubuntu

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Como já disse antes, tenho um LG GT540, um celular Android modesto. Como se sabe, a LG disponibiliza a versão 2.1 do Android (codinome Eclair) para este celular.

Uns dias atrás, resolvi que arriscaria atualizar para uma versão mais nova, a 2.3.7 (codinome Gingerbread). Antes de mais nada, tinha de fazer backup dos dados e principais aplicativos. Como tinham me recomendado usar o Titanium Backup para isso, eu precisava de acesso root no meu celular.

Instalar o acesso a root é bem simples, você vai precisar deste arquivo (contém o ADB e arquivos de instalação para o celular). É preciso habilitar USB debugging no celular para funcionar também. Descompacte os arquivos numa pasta e execute os comandos a seguir:

./adb push rageagainstthecage-arm5.bin /data/local/tmp/rageagainstthecage
./adb shell chmod 4755 /data/local/tmp/rageagainstthecage
./adb shell /data/local/tmp/rageagainstthecage
./adb wait-for-device
./adb shell mount -o remount,rw -t yaffs2 /dev/block/mtdblock4 /system
./adb push su /system/xbin/su
./adb push su /system/bin/su
./adb shell chmod 4755 /system/xbin/su
./adb shell chmod 4755 /system/bin/su
./adb shell rm /data/local/tmp/rageagainstthecage

Simples, né? Depois disso, recomendo instalar o aplicativo Superuser no celular para controlar quais aplicativos podem ou não ter privilégio de root.

Adaptado daqui.

Notas:
  1. Não desligue o celular antes de concluir o processo.
  2. Testado no Ubuntu 11.10.
  3. Este artigo parte da premissa de que o celular está rodando a versão Android 2.1 instalada de fábrica.
  4. Necessita do pacote ia32-libs instalado no Ubuntu.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Avaliando pessoas

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Eu participo da organização da FEBRACE há algum tempo já, e, entre minhas responsabilidades está avaliar projetos. Em resumo,o processo funciona assim: estudantes submetem seus projetos através de um sistema online, um conjunto de mestres e doutores avaliam e selecionam algo como 240 a 300 projetos.

Agora, como saber quais são os melhores entre todos os que foram submetidos? Sem dúvida, este é o maior desafio conceitual para a avaliação da feira. A abordagem comum para este problema é definir um conjunto de critérios de avaliação e um conjunto de observáveis. A partir disso, chega-se a uma lista ordenada dos projetos. Não acaba aí, mas já dá para captar a ideia. Eu quero falar das dificuldades.

A FEBRACE é uma feira nacional com diversas áreas do conhecimento, e isto implica em alguns filtros para a seleção de finalistas. Seleção esta feita à distância, por sinal.

Os projetos submetidos são frutos de um processo conduzido por meses pelos estudantes. Mas se você não tiver acompanhado o desenvolvimento do projeto em si, como saber se ele cumpre requisitos mínimos de qualidade? É difícil saber, ainda mais pelo fato dos avaliadores terem poucos observáveis disponíveis. São formulários, relatório e eventualmente um vídeo disponíveis.

O que quero dizer é: o processo de seleção nem sequer permite selecionar os melhores projetos de fato. Só é possível capturar os mais bem relatados. Um avaliador não acompanha os estudantes no dia a dia, logo a avaliação tem que se basear no material entregue. É a única coisa disponível.

Dessa forma, projetos mal documentados tem muito mais chance de ser mal avaliados que outros bem relatados. Sempre é bom lembrar, a submissão é o momento no qual o estudante descreve o projeto. Olhando assim, é como contar o projeto para quem nunca ouviu falar dele, portanto o estudante tem de prover elementos observáveis capazes de fazer o avaliador entender o projeto. Sem os observáveis fica mais difícil, e a culpa nem é nossa.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Das peripécias de ser tutor

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Há algum tempo atrás, eu disse que tinha começado a implementar um sistema para o Campus Mobile.Embora eu não tenha mencionado, participei, com outras pessoas, também da concepção do programa: formato, regulamento, inscrições, seleção, tutoriais, mini cursos, oficinas e palestras (praticamente tudo, como você pode ver).

Agora, o projeto já está rolando, e sou um dos tutores do programa. Antes do projeto entrar na fase de seleção dos candidatos, era difícil ter ideia de quais seriam as demandas de ser um tutor. Claro que já tínhamos um conjunto de conteúdos para trabalhar, mas ajustes são necessários de acordo com o público. O andamento do projeto, e eu sou responsável por isso, deixa claro: selecionamos cerca de 90 candidatos com projetos diferentes, com formações mais diferentes ainda. E nosso objetivo é dar condições para que cada um se desenvolva.

O grande desafio de ser tutor é o da diversidade. Nós somos responsáveis por orientar vários projetos diferentes dentro de um mesmo cronograma, com participantes de origens e conhecimentos diversos. No caso do Campus Mobile, praticamente tudo isso é feito à distância.

Para mim, estas condições reforçam o papel de orientação dos tutores. Além do fato de não termos nenhuma autoria nos projetos, o compromisso do programa é possibilitar a cada um dos participantes aprimorar seus conhecimentos, é mostrar novas possibilidades, é questionar, é propor alternativas, enfim, é orientar.

terça-feira, 6 de março de 2012

Da (ir)responsabilidade social

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Li um texto muito interessante no Blog do Sakamoto, sobre responsabilidade social:

Em ano de Rio+20, o verde lava mais branco

Eu sempre julguei ter um certo preconceito com esse lance de responsabilidade social, mas lendo o argumento dele, meio que reforço meu pensamento.

Parte do cotidiano de trabalho moderno é mostrar resultados, parte é fazer os resultados disponíveis parecerem extraordinários. Eu tenho a impressão de que isto é mais acentuado no mundo "corporativo", onde as empresas dependem muito da imagem de seus próprios resultados. No caso da responsabilidade social, toda grande empresa vai querer afirmar que pratica a tal da responsabilidade.

O Sakamoto apontou uma diferença nos tipos de ações normalmente chamadas de responsabilidade social. Uma coisa é o investimento social privado, outra coisa é ser socialmente responsável. Investir em creche, ou ajudar instituições de caridade, é investimento social privado. Investir na formação de pessoas, ou capacitar comunidades carentes para ter autonomia financeira, é investimento social privado. Não há dúvidas de que ações como estas fazem bem para a imagem de uma empresa.

E quanto a analisar/prever/minimizar os impactos causados pela própria organização? Isso sim é ser responsável. Isso sim mostra o quanto uma organização se preocupa com a sociedade na qual está. Um exemplo desta preocupação seria garantir que os processos produtivos não geram efeitos colaterais nocivos, como trabalho "escravo", desastres ambientais, corrupção ativa ou grilagem.

Pode parecer meio absurdo um comentário assim, mas vira e mexe a gente fica sabendo de roupa fabricada em condições degradantes sendo vendida normalmente. Por isso, concordo com o Sakamoto: responsabilidade social é muito mais que investir em projetos sociais.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

De volta à selva

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Voltei de viagem há poucos dias, e acabo de lembrar de um texto que escrevi sobre empatia. Nas férias, onde eu estava, não havia nenhuma agitação urbana, nada que seja comparável a São Paulo.

Voltar para casa para trabalhar me deixou impressionado negativamente. Claro que gostei de rever meus amigos e a família, mas falo da agitação daqui. De alguma forma, estar em Belize me deixou mais sensível aos estímulos do ambiente, no sentido de estar mais atento ao que ocorre ao redor de mim. Deve ser a falta de gente por lá, você vai pensar. Lá certamente não tinha esse rio de gente no metrô.

Lembro especialmente da Eliane, que ficava impressionada ao andar de metrô. Acho que entendi o problema: essa agitação só nos tira a paz necessária para perceber nós mesmos.